- Artigo Original: Understand JavaScript Callback Functions and Use Them
- Tradução: Eric Douglas
Aprenda Funções JavaScript de Ordem Superior - Funções Callback
No JavaScript, funções são objetos de primeira classe, isso significa que funções podem ser usadas similarmente aos objetos, desde que elas sejam de fato objetos: Elas podem ser "armazenadas em variáveis, criadas dentro de funções e retornadas de uma função".
Por funções serem objetos de primeira classe, nós podemos usar funções callback no JavaScript. No resto deste artigo nós vamos aprender tudo sobre funções callback. Funções callback são provavelmente a mais ampla técnica de programação funcional usada no JavaScript, e elas estão, literalmente, em cada pedaço de código JavaScript e jQuery, mesmo que elas ainda sejam um mistério para muitos desenvolvedores JavaScript. Você vai aprender como usá-las após ler este artigo.
Funções Callback são derivadas de um paradigma de programação chamado programação funcional. Em um estágio simples e fundamental, programação funcional é o de funções como argumentos. Programação funcional era, e continua sendo, porém em menor grau atualmente, vista como uma técnica esotérica de programadores mestres e especialmente treinados.
Felizmente, as técnicas da programação funcional foram elucidadas, de forma que meros mortais como eu e você consigamos entendê-las e usá-las com facilidade. Uma das técnicas chefe na programação funcional é a função callback. Como você vai ler em breve, implementar funcções callback é tão fácil quanto passar variáveis regulares como argumentos de funções. Esta técnica é tão fácil que eu me pergunto por que ela é normalmente abordada apenas em tópicos avançados do JavaScript.
Uma função callback, também conhecida como função de ordem superior, é uma função que é passada para outra função (vamos chamar essa outra função de "otherFunction") como um parâmetro, e a função callback é chamada (executada) dentro de otherFunction. Uma função callback é essencialmente um padrão (uma solução estabelecida para um problema comum), e portanto, o uso de funções callback é também conhecido como um padrão callback.
Aqui um simples e comum uso de uma função callback no jQuery:
// Note que o item no paramêtro do método click é uma função,
// não uma variável. Este item é uma função callback
$( "#btn_1" ).click(function () {
alert( "Btn 1 Clicked" );
});
Como você pode ver no exemplo anterior, nós passamos uma função como um parâmetro ao método click. E o método click vai chamar (ou executar) a função callback que nós passamos a ele. Este é um uso típico de funções callback no JavaScript, e de fato, amplamente utilizado no jQuery.
Aqui outro exemplo clássico de funções callback em JavaScript básico:
var friends = [ 'Mike', 'Stacy', 'Andy', 'Rick' ];
friends.forEach(function ( eachName, index ) {
console.log( index + 1 + ". " + eachName );
// 1. Mike, 2. Stacy, 3. Andy, 4. Rick
});
Novamente, note a maneira que nós passamos uma função anônima (uma função sem um nome) para o método forEach()
como um parâmetro.
Até agora, nós passamos funções anônimas como parâmetros para outras funções ou métodos. Vamos entender agora como callbacks trabalham antes de olharmos para exemplos mais concretos e começar a fazer nossas próprias funções callback.
Pelo fato de funções serem objetos de primeira classe no JavaScript, nós podemos tratar as funções como objetos, podendo então passar funções como variáveis e retorná-las nas funções e as usar em outras funções. Quando nós passamos uma função callback como um argumento para outra função, estamos passando somente a definição da função. Não estamos executando a função no parâmetro. Nós não estamos passando a função com o par de parênteses de execução como fazemos quando executamos uma função.
E uma vez que uma função contenha um callback em seu parâmetro como uma definição de função, ela pode executar este callback a qualquer hora. Isso permite que executemos funções callback em qualquer ponto da função que as contém.
É importante notar que a função callback não é executada imediatamente. Ela "called back" (chama de volta, por isso o nome) em algum ponto específico do corpo da função que a contém. Por isso o nosso primeiro exemplo com jQuery ficou assim:
// A função anônima não é executada no parâmetro
// O item é um função callback
$( "#btn_1" ).click(function () {
alert( "Btn 1 Clicked" );
});
A função anônima vai ser chamada posteriormente dentro da função body. Mesmo sem um nome, ela pode ser acessada depois pelo objeto arguments pela função que a contém.
Quando nós passamos uma função callback como um argumento para outra função, o callback é executado em algum lugar dentro do corpo da função que a contém somente se o callback tiver sido definido nesta função. Isto significa que o callback é essencialmente um closure. Leia este post mais detalhado, Entenda Closures no JavaScript com Facilidade para conhecer mais sobre Closures.
Como sabemos, closures tem acesso ao escopo da função que o contém, então a função callback pode acessar as variáveis da função que a contém, e até mesmo variáveis do escopo global.
Funções callback são simples, mas existem alguns príncipios básicos quando as implementamos e devemos estar familiarizados com eles antes de construirmos e usar nossas próprias funções callback.
No exemplo anterior de jQuery e no exemplo acima "forEach" de funções callback, nós usamos funções anônimas que foram definidas no parâmetro da função que as contém. Este é um padrão comum de uso de funções callback. Outro padrão popular de uso das funções callback é o de declarar uma função nomeada e passar o nome deta função como o parâmetro. Então:
// variável global
var allUserData = [];
// função genérica logStuff que imprimi no console
function logStuff ( userData ) {
if ( typeof userData === "string" ) {
console.log( userData );
} else if ( typeof userData === "object" ) {
for ( var item in userData ) {
console.log( item + ": " + userData[ item ] );
}
}
}
// Uma função que pega 2 parâmetros, o último uma função callback
function getInput ( options, callback ) {
allUserData.push( options );
callback( options );
}
// Quando nós chamamos a função getInput, nós passamos
// logStuff como um parâmetro. Então logStuff vai ser
// a função que será chamada de volta (ou executada)
// dentro da função getInput
getInput( { name: "Rich", speciality: "JavaScript" }, logStuff );
// name: Rich
// speciality: JavaScript
Sendo a função callback uma função normal quando é executada, nós podemos passar parâmetros para ela. Nós podemos passar qualquer propriedade da função que a contém (ou propriedades globais) como parâmetros para as funções callback. No exemplo seguinte, vamos passar options como um parâmetro para a função callback. Vamos passar uma variável e uma variável local:
// Variável global
var generalLastName = "Clinton";
function getInput ( options, callback ) {
allUserData.push( options );
// Passando a variável global generalLastName
// para a função callback
callback( generalLastName, options );
}
Sempre é prudente verificar se a função callback passada no parâmetro é de fato uma função, antes de chamá-la. Tmabém é uma boa prática criar uma função callback opcional.
Vamos refatorar a função getInput
do exemplo anterior para assegurarmos que estas verificações estão sendo feitas.
function getInput ( options, callback ) {
allUserData.push( options );
// Verificando que a função é um callback
if ( typeof callback === "function" ) {
// Chame-a, desde que seja confirmado que é uma função
callback( options );
}
}
Sem essa verificação, se a função getInput
for chamada sem a função callback como um parâmetro ou ao invés da função uma não função for passada, nosso código vai resultar em um erro de execução.
Quando a função callback é um método que usa o objeto this
, nós temos que modificar como nós executamos a função callback para preservar o contexto do objeto this
. Ou então, o objeto this
vai apontar para o objeto global window
, se o callback for passado como uma função global. Ou também pode apontar para o objeto do método que o contém.
Vamos explorar isso no código:
// Define um objeto com algumas propriedades e um método
// Vamos depois passar o método como uma função callback para outra função
var clientData = {
id: 094545,
fullName: "Not Set",
// setUserName é um método do objeto clientData
setUserName: function ( firstName, lastName ) {
// isto se ferete a propriedade fullName do objeto clientData
this.fullName = firstName + " " + lastName;
}
}
function getUserInput ( firstName, lastName, callback ) {
// Faz outras coisas para validar firstName/lastName aqui
// Agora salvando os nomes
callback( firstName, lastName );
}
No código seguinte, quando clientData.setUserName
é executado, this.fullName
não vai configurar a propriedade fullName
no objeto clientData
. Ao invés disso, irá configurar fullName
no objeto window
, sendo getUserInput uma função global. Isto acontece porque o objeto this
na função global aponta para o objeto window
.
getUserInput( "Barack", "Obama", clientData.setUserName );
console.log( clientData.fullName ); // Not set
// A propriedade fullName foi inicializada no objeto window
console.log( window.fullName ); // Barack Obama
Use a Função call
ou apply
para Preservar o this
Nós podemos consertar este problema anterior usando as funções call
ou apply
(nós vamos discutir sobre isto em um post completo posteriormente). Por agora, saiba que toda função no JavaScript tem dois métodos: call
e apply
. E estes métodos são usados para configurar o objeto this
dentro da função e passar argumentos as funções.
call
pega o valor a ser usado como o objeto this
dentro da função como o primeiro parâmetro, e os argumentos remanescentes a serem passados para a função são passados individualmente (separados por vírgulas, é claro). O primeiro parâmetro da função apply
é também o valor a ser usado como o objeto this
dentro da função, enquanto o último parâmetro é um array de valores (ou o objeto arguments) para se passar para a função.
Isto soa complexo, mas vamos ver o quão fácil é de se usar call
e apply
. Para eliminar o prolbmea do exemplo prévio, vamos usar a função apply:
// Note que nós adicionamos um parâmetro extra para
// o objeto callback, chamado "callbackObj"
function getUserInput ( firstName, lastName, callback, callbackObj ) {
// Faz outras coisas para validar o nome aqui
// O uso da função apply abaixo vai configurar
// o objeto this para ser callbackObj
callback.apply( callbackObj, [firstName, lastName] );
}
Com a função apply
configurada corretamente para o objeto this
, nós podemos agora executar corretamente o callback e ter a propriedade fullName
corretamente atualizada no objeto clientData:
// Nós passamos o método clientData.setUserName e o objeto
// clientData como parâmetros. O objeto clientData vai ser
// usado pela função apply para configurar o objeto this
getUserInput( "Barack", "Obama", clientData.setUserName, clientData );
// a propriedade fullName em clientData foi corretamente configurada
console.log( clientData.fullName ); // Barack Obama
Nós também poderíamos ter usado a função call
, mas neste caso a função apply que foi a escolhida.
Nós podemos passar mais que uma função callback dentro do parâmetro de uma função, da mesma forma que podemos passar mais que uma variável. Aqui temos um exemplo clássico com a função AJAX do jQuery:
function successCallback () {
// Faz algo antes de enviar
}
function successCallback () {
// Faz algo se receber uma mensagem de sucesso
}
function completeCallback () {
// Faz algo após a conclusão
}
function errorCallback () {
// Faz algo se receber um erro
}
$.ajax({
url : "http://fiddle.jshell.net/favicon.png",
success : successCallback,
complete : completeCallback,
error : errorCallback
});
Na execução de código assíncrono, que é uma simples execução de código em qualquer ordem, algumas vezes é comum termos várias camadas de funções callback assim como o código seguinte. O código confuso abaixo é chamado de callback hell por causa da dificuldade de seguirmos o código pelos múltiplos callbacks. Eu peguei este exemplo do node-mongodb-native, um controlador de MongoDB para Node.js. O exemplo deste código abaixo é somente para demonstração:
var p_client = new Db('integration_tests_20', new Server("127.0.0.1", 27017, {}), {'pk':CustomPKFactory});
p_client.open(function(err, p_client) {
p_client.dropDatabase(function(err, done) {
p_client.createCollection('test_custom_key', function(err, collection) {
collection.insert({'a':1}, function(err, docs) {
collection.find({'_id':new ObjectID("aaaaaaaaaaaa")}, function(err, cursor) {
cursor.toArray(function(err, items) {
test.assertEquals(1, items.length);
// Vamos fechar o db =P
p_client.close();
});
});
});
});
});
});
Você não gostaria de encontrar este problema frequentemente em seu código, mas quando você encontrar - e você vai, algumas vezes - aqui temos duas soluções para este problema.
1 . Nomeie suas funções e declare-as passando somente o nome da função como um callback, ao invés de definir uma função anônima no parâmetro da função principal.
2 . Modularidade: Separe seu código em módulos, assim você pode exportar uma seção do código que faz um trabalho em particular. Então você poderá importar o módulo dentro de toda sua aplicação.
Agora que você entendeu completamente (eu penso que sim, se não isto é uma pequena releitura) tudo sobre funções callback no JavaScript e viu que o uso de funções callback é simples porém muito poderoso, você deve olhar para seu próprio código para verificar oportunidades de usar as funções callback, pois elas vão permitir que você:
- Não repita código (DRY - Don't Repeat Yourself - Não se repita)
- Implemente melhores abstrações onde você pode ter funções mais genéricas que são versáteis (podem lidar com todos os tipos de funcionalidades)
- Tenha uma melhor mantenabilidade
- Tenha um código mais legível
- Tenha mais funções especializadas
É bastante fácil criar nossas próprias funções callback. No exemplo seguinte, você pode criar uma função para fazer todo o trabalho: recupera o dado do usuário, cria um poema genérico com o dado e cumprimenta o usuário. Isto seria uma função confusa usando declarações if/else e, mesmo assim, seria muito limitada e incapaz de realizar outras funcionalidades que o aplicativo pode precisar fazer com os dados do usuário.
Ao invés disso, eu deixei a implementação de adição de funcionalidades para as funções callback, então a função principal que retorna os dados do usuário pode realizar qualquer tarefa com o dado do usuário simplesmente passando o nome completo do usuário e sexo como parâmetros para a função callback e então executando a função callback.
Em resumo, a função getUserInput
é versátil: ela pode executar todos os tipos de funções callback com inúmeras funcionalidades.
// Primeiro, configure a função criadora do poema genérico,
// ela vai ser a função callback na função getUserInput abaixo
function genericPoemMaker ( name, gender ) {
console.log( name + " is finer than fine wine." );
console.log( "Altruistic and noble for the modern time." );
console.log( "Always admirably adorned with the latest style." );
console.log( "A " + gender + " of unfortunate tragedies who still manages a perpetual smile" );
}
// O callback, que é o último item no parâmetro, vai ser
// nossa função genericPoemMaker, que foi definida acima
function getUserInput( firstName, lastName, gender, callback ) {
var fullName = firstName + " " + lastName;
// Verificando se a função é um callback
if ( typeof callback === "function" ) {
// Executa a função callback e passa os parâmetros a ela
callback ( fulName, gender );
}
}
Chame a função getUserInput
e passa a função genericPoemMaker
como um callback:
getUserInput( "Michael", "Fassbender", "Man", genericPoemMaker);
// Saída
/* Michael Fassbender is finer than fine wine.
Altruistic and noble for the modern time.
Always admirably adorned with the latest style.
A Man of unfortunate tragedies who still manages a perpetual smile.
*/
Por causa da função getUserInput
estar somente manipulando os dados recebidos, nós podemos passar qualquer callback para ela. Por exemplo, podemos passar uma função greetUser
como esta:
function greetUser ( customerName, sex ) {
var salutation = sex && sex === "Man" ? "Mr." : "Ms.";
console.log( "Hello, " + salutation + " " + customerName );
}
// Passe a função greetUser como um callback para getUserInput
getUserInput( "Bill", "Gates", "Man", greetUser );
// E essa será a saída
// Hello, Mr. Bill Gates
Nós chamamos a mesma função getUserInput
como anteriormente, mas agora ela realizou uma tarefa completamente diferente.
Como você pode ver, funções callback são fantásticas. E mesmo o exemplo anterior sendo relativamente simples, pense quanto trabalho você pode evitar e como bem abstraído seu código vai ficar, se você começar a usar as funções callback. Vá em frente!
Aqui temos caminhos comuns de funções callback que são frequentemente usadas na programação JavaScript, especialmente no desenvolvimento de aplicações modernas e em bibliotecas e frameworks:
- Para execução assíncrona (como ler arquivos, e fazer requisições HTTP);
- Em escuta e manipulação de eventos
- Em métodos
setTimeout
esetInterval
- Para generalização: código mais conciso.
Funções callback no JavaScript são maravilhosas e poderosas para se usar e as mesmas fornecem grandes benefícios para sua aplicação web e para seu código. Você deve usá-las quando surgir a necessidade; olhe as formas de se refatorar seu código para obter abstratação, mantenabilidade e legibilidade com as funções callback.
Nos vemos na próxima, e lembre-se de pois o JavaScriptisSexy.com tem muito a lhe ensinar e você tem muito a aprender!
- http://c2.com/cgi/wiki?FirstClass
- https://github.com/mongodb/node-mongodb-native
- http://callbackhell.com/
- JavaScript Patterns by Stoyan Stefanov (Sep 28, 2010)