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<title>Em 2º lugar: terapia; em 1º lugar: justiça!</title>
<meta name="description" content="Terapia é uma palavra tão difundida desde a metade da década 2010 até a atual, que já virou até um meme banalizado em algumas bocas; sendo mais mencionada até mesmo que as reivindicações contra nossos problemas sociais que são responsáveis por grande parte dos sofrimentos mentais. Na maioria das vezes, a psicoterapia é um bálsamo para nossas feridas e, permite até que mulheres e crianças em situações abusivas encontrem alguém em quem confiar para dar início à uma denúncia; mas infelizmente nem sempre é assim: quando a 'terapia' é utilizada para se sobrepor à uma denúncia já existente, e essa perversão e weaponização da terapia está se tornando estruturalmente uma perigosa tendência.">
<meta name="keywords" content="terapia, justiça, social, opressão, revitimização, silenciamento, medicalização, psiquiatrização, estigma, loucura, patologização, vida, existência">
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<h1 style="font-size:50px;background:#000;padding-left:10px;padding-bottom:10px;border-radius:15px"><element style="font-family:'Bonbon';color:#fff">Mas que</element> <element style="font-family:'Cabin Sketch';font-weight:700;color:yellow">"Terapia"?!</element></h1>
<h1>Em 2º lugar: <element style="font-family:'Cabin Sketch';font-weight:700;color:blue;background:yellow"><u>terapia</u></element>; em 1º lugar: <element style="font-family:'Arial Black';color:brown;background:#000">JUSTIÇA</element>✊🏿✊🏾✊🏽</h1>
<a href="https://www.instagram.com/p/Cpc9GKquS-B/" target="_blank"><img title="E quando a psicoterapia atua a favor da opressão? (A medicalização da vida como naturalização da opressão)." alt="E quando a psicoterapia atua a favor da opressão?
(A medicalização da vida como naturalização da opressão).
O que será de ruim que poderia emergir de uma ferramenta que socialmente se atribui o mérito das grandes transformações pessoais, do acolhimento e apaziguamento do sofrimento mental, do benefício até mesmo para as relações interpessoais?
Tecer críticas a uma prática profissional tão admirada e cultuada atualmente, pode parecer até má fé de quem desconhece as vantagens colhidas num processo psicoterápico.
Mas será que a psicoterapia não pode também atuar a favor de opressões sociais e produzir suas próprias, à medida que nem de longe ela se trata de uma prática neutra, mas fruto de uma sociedade de classes?
Para as pesquisadoras Silva e Tuleski (2015): “numa concepção naturalizada de sociedade, transformando o que é histórico e social em algo natural, a psicologia, muitas vezes, tem atuado à serviço das ideologias dominantes vigentes, afirmando as divergências de comportamento como desadaptações, no crescente processo de patologização da vida e culpabilização dos indivíduos em particular”.
Leia a discussão completa nos cards do post.
Referência Bibliográfica:
Silva, M. A. S. da ., & Tuleski, S. C.. (2015). Patopsicologia Experimental: Abordagem histórico-cultural para o entendimento do sofrimento mental. Estudos De Psicologia (natal), 20(Estud. psicol. (Natal), 2015 20(4)), 207–216. https://doi.org/10.5935/1678-4669.20150022
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#psicoterapia #opressão #medicalização #patologização #psicoterapiaonline #psicologiacritica #psicologiasocial #psicologiahistóricocultural #despatologiza #despatologização #sofrimentomental #desigualdade #desigualdadesocial
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/x9JTz/3ffeedc3b80ec809830c8aec481cd0f43c119c41.jpg"/></a> <a href="https://www.instagram.com/p/CXjtsdsJiTa/" target="_blank"><img title="menos psicoterapia, mais justiça social." alt="menos psicoterapia, mais justiça social.
Desejar que as pessoas façam menos psicoterapia pode soar estranho e incoerente, ainda mais quando esse desejo parte de uma psicóloga num momento em que tanto se incentiva que busquemos por esse artifício como estratégia de autocuidado.
Mas essa vontade nada tem a ver com descredibilizar a importância da psicologia enquanto ciência e dispositivo de transformações sociais e individuais.
O ponto que quero trazer com essa discussão é que a psicologia não pode ser despolitizada. Não podemos nos esquecer que o contexto social que vivemos atualmente está relacionado com a busca cada vez mais intensa por auxílio psicológico.
Texto completo nos cards do post.
#saudemental #saudementalcritica #justiçasocial #equidadesocial #psicoterapia #psicoterapiaonline #lutaantimanicomial #despatologização
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/CknWl/5c33c9657556b6b4c8db94af0736e0cae78d44fd.jpg"/></a>
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<hr/>
<p><b>Terapia</b> é uma palavra tão difundida desde a metade da década 2010 até a atual, que já virou até um meme banalizado em algumas bocas; sendo mais mencionada até mesmo que as reivindicações contra nossos problemas sociais que são responsáveis por grande parte dos sofrimentos mentais.</p>
<p>Na maioria das vezes, a psicoterapia é um bálsamo para nossas feridas e, permite até que mulheres e crianças em situações abusivas encontrem alguém em quem confiar para dar início à uma denúncia; mas infelizmente nem sempre é assim: quando a "terapia" é utilizada para se sobrepor à uma denúncia já existente, e essa perversão e weaponização da terapia está se tornando estruturalmente uma perigosa tendência.</p>
<p>Sob o pretexto da "cura" (na verdade conforto, mas não de alento e sim de manuntenção da zona de conforto de quem sobrevive na opressão), muitos algozes utilizam meios particulares ou emparelham a máquina do <a href="https://quedemocracia.com.br" target="_blank">Estado</a> para colocar a vítima em <b>"terapia"</b> (quando não conseguem convencer a própria vítima, nem convencer familiares/vizinhos para por fim a convencer) e/ou internação involuntária/compulsória para "clínicas"/casas <b>"terapêuticas"</b> muito utilizadas para sequestro e silenciamento.</p>
<p>Nesses casos - que infelizmente não são isolados/raros, mas se tornaram tendência - a "terapia" surge como meio para os abusadores usarem de seu poder labial, econômico e/ou político para emparelhar profissionais (tanto particulares quanto públicos) para descreditar, dessensibilizar, "diagnosticar" e medicamentalizar a vítima: assim a tornando dependente e perpetuando seu controle sobre a vida dela; e também abafando/distraindo denúncias e justificando os próprios crimes com o gaslighting de "fiz tudo isso, por preocupação com a saúde mental sobre uma loucura existente" (na verdade inexistente). Nesse jogo, muitas vezes a <b>Risperidona</b> (a <a href="./IMG-20220303-WA0100_blurred.jpg" target="_blank">cloroquina da psiquiatria</a> que atira no escuro em nome do lucro) já está "na manga" de um clínico geral/neurologista/psiquiatra mesmo antes de conhecer a pessoa paciente.</p>
<h5>Sistêmicamente:</h5>
<p>Infelizmente, muitas vezes é o próprio Estado quem revitimiza nesses casos delicados: órgãos públicos como <a href="https://www.justicadesaia.com.br/quando-a-delegacia-e-uma-nova-violencia/" target="_blank">Delegacias</a> e até mesmo quem deveria permanecer acima e incólume à corrupção policial, Promotorias de <a href="https://www.brasildefato.com.br/2016/12/07/77-do-mp-e-composto-por-brancos-70-por-homens-e-apenas-2-por-negros" target="_blank">Ministérios Públicos</a> - mesmo recebendo todas as denúncias e até provas irrefutáveis por parte da vítima ou de terceiros em favor da vítima - por vezes podem ser vistos ignorando ou relativizando e em vez de punir os algozes: em primeiro lugar oficiando "terapia" (às vezes acatando ao pedido da própria defesa do algoz) ou <a href="https://www.conjur.com.br/2020-jul-10/tj-sp-nega-pedido-mp-internacao-involuntaria-idoso" target="_blank">internações compulsórias</a> para as vítimas.</p>
<blockquote>
"<a href="https://www.crimlab.com/dicionario-criminologico/revitimizacao/86" target="_blank"><b>Revitimização</b></a> é o fenômeno que compreende a sistematização da violência. De acordo com o entendimento de Rachel Manzanares e outros, também podemos chamá-lo de violência institucional ou, ainda, vitimização secundária. Trata-se de uma vítima que sofre a experiência da violência diversas vezes, mesmo após cessada a agressão original."
</blockquote>
<p>Terapia, mais do que uma questão de nuances, é uma questão de prioridades: a psicoterapia é algo positivo, exceto quando esta é weaponizada e sobreposta à vontade e necessidade/clamor de justiça da vítima em primeiro lugar.</p>
<p><b>Em 2º lugar: <element style="font-family:'Cabin Sketch';font-weight:700;color:blue;background:yellow"><u>terapia</u></element>; em 1º lugar: <element style="font-family:'Arial Black';color:brown;background:#000">JUSTIÇA</element>✊🏿✊🏾✊🏽</b> é um movimento que vai continuar protestando para que nossa proposta vire debate e consciêntização de profissionais/agentes públicos e familiares; e/ou projeto de lei. Esperamos que esse movimento não seja só um site à ser ignorado, mas que possa ser externado em outras campanhas e iniciativas.</p>
<h4>- <a href="https://danimesq.com/" target="_blank">Daniella Mesquita</a>, do projeto <a href="https://partidovelho.github.io/"><img alt="Partido Velho" title="Partido Velho" src="https://partidovelho.org/press/press-kit/img/logotype-plain_black_full.svg" height="16px"></a>.</h4>
<hr/>
</blockquote>
Faça sua parte e questione com a gente no Twitter: <a href="https://twitter.com/intent/tweet?button_hashtag=2Terapia1Justica&ref_src=twsrc%5Etfw" class="twitter-hashtag-button" data-show-count="false">Tweet #2Terapia1Justica</a><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>
<hr/>
<ul>
<li><a href="https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2023/06/24/psicologa-que-saiu-atirando-continua-credenciada-a-dar-laudos-para-cacs.htm" target="_blank">Psicóloga que saiu atirando, ficou ainda 1 mês credenciada a dar laudos para CACs</a></li>
<li><a href="https://www.conjur.com.br/2020-jul-10/tj-sp-nega-pedido-mp-internacao-involuntaria-idoso" target="_blank">Ministério Público fez pedido de internação involuntária contra pessoa idosa lúcida em SP</a> | 🔗 <a href="https://www.conjur.com.br/2020-jun-30/vetos-bolsonaro-sanciona-repasse-emergencial-asilos" target="_blank">Bolsonarismo vetou dispositivo que obrigava as casas de "repouso" beneficiadas por seus repasses a prestarem contas da aplicação dos recursos</a></li>
<li><a href="https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/401718/policia-vai-ouvir-medica-que-autorizou-internacao-.htm" target="_blank">Médica assinou laudo autorizando a internação da vítima de 65 anos, alegando "quadro depressivo grave" e "delírio"</a></li>
<li><a href="http://web.archive.org/web/20230529233309/https://www.intercept.com.br/2023/05/04/abuso-sexual-infantil-psicologos-lucram-com-laudos-contratados-por-suspeitos/" target="_blank">Psicólogos lucram com laudos contratados por pais e padrastos suspeitos de estuprar crianças</a> | 🔗 <a href="http://web.archive.org/web/20230529233311/https://www.intercept.com.br/2023/05/18/abuso-glicia-brazil-psicologa-fortalece-defesa-de-acusados/" target="_blank">Glicia Brazil: a psicóloga que faz laudos para fortalecer a defesa de acusados de abuso</a></li>
<li>Essa lista não vai parar de crescer (infelizmente). Se você souber de mais alguma(s) notícia(s) sobre o assunto ou conhecer uma história para contar, <a href="mailto:mesquitadaniella@proton.me" target="_blank">entre em contato</a>.</li>
</ul>
<hr/>
<h2>Nosso site recomenda:</h2>
<div style="background:#fff;padding:5px;display:inline-block;border-radius:5px"><a href="https://www.despatologiza.com.br/" target="_blank"><img width="100px" src="https://static.wixstatic.com/media/f07548_39ea82fd6c8547f9b14bc472ae463b95.png/v1/fill/w_350,h_120,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/f07548_39ea82fd6c8547f9b14bc472ae463b95.png"/></a></div>
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"O Despatologiza - Movimento pela despatologização da vida teve início quando profissionais da medicina, educação, psicologia e fonoaudiologia, parceiros de pesquisa e serviço, viram a necessidade de enfrentar, coletivamente, processos de patologização que transfiguram diferenças em doenças, para ocultar as desigualdades que assolam nossa sociedade.
Somos um grupo de livre entrada, formado por leigos e profissionais de diversas áreas unidos pelo desejo de enfrentar os processos de patologização da vida que observamos tão frequentemente nos dias de hoje. Expressa em diagnósticos e intervenções exageradas ou até mesmo equivocadas, a patologização de grupos de pessoas da infância até a vida adulta vem ganhando cada vez mais força, tanto nos discursos científico e leigo quanto nas práticas e serviços de todas as áreas."
</blockquote>
<a href="https://www.instagram.com/p/CkixGQXs_aG/" target="_blank"><img title="Não se combate o fascismo estigmatizando a loucura." alt="Não se combate o fascismo estigmatizando a loucura.
A exaustiva repetição do discurso de que antidemocráticos e fascistas são provenientes da loucura só aponta para como pessoas que estão à margem da normalidade do capital (os loucos) são estigmatizadas, enquanto, aquelas que são criminosas são desresponsabilizadas por seus atos.
Friso aqui como atualmente sobretudo a branquitude tem se valido e usufruído do discurso da loucura como tentativa de se esquivar de suas ações criminosas, enquanto a população preta e pobre é encarcerada em massa nas prisões e manicômios.
Se valer do discurso da loucura, nesse contexto, é ser conivente com a manutenção da desimplicação de determinados grupos sociais dos seus próprios atos, como se tudo se resumisse a uma questão psicopatológica. Além de (re)produzir preconceitos com as pessoas que se encontram em sofrimento mental.
Que nomeemos propriamente as coisas como aquilo que são. O que segue em curso nessas movimentações pelo país é fruto de uma onda antidemocrática, autoritária, contrária ao Estado Democrático de Direito, fascista.
Urge uma esquerda que rompa com a lógica manicomial e tudo aquilo que ela representa: o higienismo social, a segregação dos marginalizados, a tutela dos corpos, a violência e os maus tratos.
Não se combate ações antidemocráticas e fascistas alimentando a lógica manicomial e a patologização da vida.
#antimanicomial #lutaantimanicomial #patologização #patologizaçãodavida #despatologiza #medicalização #desmedicalização #psiquiatria #esquerda #saudemental #saudementalcritica
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/asyCg/464d0f08e57d97b3bcbbd626c9e1faf07a25af4d.jpg"/></a> <a href="https://www.instagram.com/p/Cttwbg_rkGu/" target="_blank"><img title="Diagnóstico psiquiátrico não é cuidado se te silencia" alt="Diagnóstico psiquiátrico não é cuidado se te silencia
Diagnóstico psiquiátrico não é cuidado se te silencia.
Há alguns dias, um relato de uma moça viralizou na rede social vizinha sobre uma consulta psiquiátrica que ela fez (imagem no card do post).
Infelizmente, é comum que muitas pessoas que buscam por tratamento psiquiátrico ou psicológico passem por situações semelhantes.
Isso acontece porque diferente do que diz o senso comum, diagnósticos em saúde mental não são neutros, tampouco apenas fenômenos biológicos.
Diagnósticos psiquiátricos são políticos. Isto é, eles cumprem uma finalidade social.
Diagnósticos psiquiátricos podem chancelar práticas violentas, maus tratos, perpetuação de preconceitos, segregação de pessoas marginalizadas, higienismo social.
Nos lembremos dos manicômios.
Qualquer serviço de saúde mental que não tenha como prioridade a escuta, o acolhimento, a compreensão do contexto de vida do indivíduo e tenha como objetivo enquadrá-lo numa categoria diagnóstica, não é cuidado. É silenciamento.
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#saudemental #saudementalcritica #transtornomental #psicopatologia #psiquiatria #depressão #ansiedade #transtornoafetivobipolar #psicoterapia #psicoterapiaonline #medicalização #diagnosticonaoedestino #patologização
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/pmxQk/3d1b2214affd4e39670f6d1f8ebb67a230816f17.jpg"/></a> <a href="https://www.instagram.com/p/ChxF48mr1EP/" target="_blank"><img title="Por menos romantização e mais politização da psicologia" alt="Por menos romantização e mais politização da psicologia
Uma psicologia que se propõe a ser panaceia para resolução do sofrimento humano apenas está romantizando sua função.
Uma psicologia que não reconhece sua função política em uma sociedade desigualitária é cúmplice na preservação das mazelas sociais.
Defender uma falsa neutralidade da psicologia é negar que a ciência e prática da psicologia foram criadas em uma sociedade burguesa e que, assim, ela muitas vezes compactua com ideais manicomiais, medicalizantes, moralistas e normativas.
A psicologia é também um espaço de disputa de interesses e cabe a nós, profissionais dessa área, lutar por justiça social e pela defesa dos direitos humanos.
Lembremos que nosso próprio código de ética (2005), em seus princípios fundamentais, pontua:
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
Acreditar que saúde mental se faz com popularização de transtornos mentais é desprezar o papel das estruturas sociais, culturais e históricas - como gênero, raça, território, orientação sexual, condições socioeconômicas, etc. – para o desenvolvimento humano.
Uma prática profissional que se norteia pela medicalização e patologização da vida, esquece da luta por políticas públicas, pela luta por direitos trabalhistas, defesa do SUS, direito a uma boa alimentação, ao lazer, ao descanso que promoverão o bem-estar psíquico e físico dos indivíduos.
Neste dia 27 de agosto, data dos 60 anos da regulamentação da profissão no país, uma pergunta para nós, psicólogas (ues/os), qual psicologia estamos dispostes a construir? Que tipo de sociedade queremos defender? Qual visão política de sociedade norteia seu trabalho?
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/Egw4o/621c54e9b78f3191411dbab1ccbd262d9dd5654a.jpg"/></a>
<a href="https://www.instagram.com/p/Cthxh01Prgs/" target="_blank"><img title="Medicalização da vida não é sobre as pessoas não poderem tomar medicamentos psiquiátricos." alt="Medicalização da vida não é sobre as pessoas não poderem tomar medicamentos psiquiátricos.
Conhecemos com cada vez mais familiaridade, graças ao poder da internet e das redes sociais, uma quantidade expressiva de transtornos mentais, seus sintomas e características.
Dentro desse caldeirão de psicopatologias, cresce também uma discussão nas redes - ainda que de forma tímida: a medicalização da vida.
Um dos mal entendidos que nos trazem quando abordamos a medicalização da vida é que a nossa crítica seria uma espécie de proibicionismo das drogas psiquiátricas.
Mas essa ideia que associa a medicalização da vida à demonização dos medicamentos psicotrópicos não passa de um grande equívoco, seja pela confusão que o próprio termo produz, seja pelo desconhecimento do tema. Nesse post, pretendemos desfazer um pouco dessas confusões, ao esclarecer diferentes conceitos relacionados: medicalização, medicalização da vida, medicamentalização e patologização da vida.
Leia a discussão completa nos cards do post.
Referências bibliográficas estão no comentário fixado.
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#transtornomental #psicopatologia #ansiedade #depressão #burnout #transtornobipolar #medicalização #patologização #psicologia #saudemental #psicoterapia #psicoterapiaonline #defictdeatencao
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/jQvIv/b7aec0ad61026ec55f6d531d26fb1b100e20b0c3.jpg"/></a> <a href="https://www.instagram.com/p/CsY72R7MsBC/" target="_blank"><img title="Falar em despatologização é falar em luta antimanicomial." alt="Falar em despatologização é falar em luta antimanicomial.
Trazendo novamente um post que é antigo aqui na página, mas que a discussão segue urgente e necessária - sobretudo em tempos de fortalecimento das Comunidades Terapêuticas (CTs).
Que o 18 de maio, dia da Luta Antimanicomial, reforce a importância da luta por justiça social, pelo fortalecimento e garantia do SUS e de sua Rede de Atenção Psicossocial (RAPs).
A luta é coletiva e não pode ser individual.
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#lutaantimanicomial #manicomionuncamais #sus #saudemental #saudementalcritica #patologização #medicalização #louco #loucura #psicologia #psicopatologia #antipsiquiatría
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/ES3Au/25461c16ce89950f1fe04ef353048dd5640a13f7.jpg"/></a> <a href="https://www.instagram.com/p/CrlQ3JeLsU7/" target="_blank"><img title="O engodo capitalista da autosuficiência. Sozinho a gente não se basta coisa alguma." alt="O engodo capitalista da autosuficiência. Sozinho a gente não se basta coisa alguma.
Enquanto seres humanos vivemos emaranhados numa rede de dependência dos nossos semelhantes.
A própria condição de ser um humano só é possibilitada no contato cultural.
Afinal, até para as coisas que parecem mais básicas e banais, como por exemplo, dominarmos nosso idioma de origem, compreendermos e seguirmos regras sociais, só é possível graças a interação com outras pessoas em nosso meio.
Ou seja, só nos humanizamos a partir da mediação do outro. Dependemos.
Mas se é a dependência um pilar tão vital para nossa condição humana, da onde surgem os discursos tão enfáticos que nós nos bastamos?
Leia a discussão completa nos cards do post.
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#autossuficiência #autonomia #independencia #dependenciaemocional #individualidade #individualismo #autocuidado #psicoterapia #psicoterapiaonline
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/5y20x/37f6f23222b84d144791806d4c7883a512372e0d.jpg"/></a>
<a href="https://www.instagram.com/p/CdrGqQTpjAp/" target="_blank"><img title="A glamorização do sofrimento mental no neoliberalismo" alt="A glamorização do sofrimento mental no neoliberalismo
A popularização dos debates acerca dos fenômenos psíquicos - seja na internet, na roda de amigos, com a família, no cinema ou por meio dos serviços de streamings - pode até soar como sinônimo de avanço, democratização e desmistificação do campo da saúde mental.
Afinal, se há algumas décadas falar sobre sofrimento mental era alvo de muito estigma social (não que atualmente o preconceito tenha se extinguido), hoje é raro quem não saiba enumerar uma lista de transtornos mentais, seus sintomas e até mesmo os psicotrópicos utilizados em alguns tratamentos ou tenha em seu convívio pelo menos algum conhecido com diagnóstico psiquiátrico e em tratamento psicológico.
Tendo em vista a dimensão que esse tema tem ganhado nos mais variados meios e espaços sociais, se faz necessário ponderar: como vem se estabelecendo os discursos hegemônicos em saúde mental e a quem eles, de fato, beneficiam?
Texto completo nos cards do post.
#sofrimentomental #saudementalcritica #psicologiacritica #patologização #medicalização #neoliberalismo #psicologia #psicoterapia #psicoterapiaonline #psicopatologia #sindromedeburnout #burnout
- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/pGlh4/40a047e2132efa0c6ea7c12a594cc6d35796f685.jpg"/></a> <a href='https://www.instagram.com/p/CV-pHDJrvir/' target='_blank'><img title='Somos culpados ou responsáveis pelo nosso próprio sofrimento?' alt='Somos culpados ou responsáveis pelo nosso próprio sofrimento?
Somos culpados ou responsáveis pelo nosso próprio sofrimento?
Um tema constante que psicoterapeutas encontram é o indivíduo atribuir a si mesmo as causas do seu sofrimento. Isso se encaixa de forma muito conveniente com a lógica neoliberal de que somos empreendedores de nós mesmos: nossa saúde e adoecimento seriam causados por mérito nosso.
E venhamos e convenhamos, a psicologia convencional ajudou muito, desde os seus primórdios para alimentar essa lógica: encontramos as pessoas falando de autossabotagem, crenças limitantes, partes inconscientes, como se tudo fossem questões internas, sem relação ou interação com as diversas nuances dos contextos externos, sociais, culturais, históricos, materiais, etc.
Isso leva à lógica de que sofremos por nossa própria culpa. De que existe algo de errado, quebrado ou doentio dentro de nós, o que culmina na invenção do discurso dos transtornos mentais.
Nossa cultura nos ensina desde cedo de que não só é certo, como norma(l), dever e nosso propósito ser feliz. As redes sociais intensificam essa mensagem, mostrando apenas momentos de "pico" (qualquer semelhança com o uso de drogas pode NÃO ser uma mera coincidência), de alegria intensa, euforia, férias, conquista. A mensagem é a de que existem sentimentos positivos e sentimentos negativos. E que tais sentimentos negativos deveriam ser erradicados, como doenças. As emoções são patologizadas.
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- @lucianolobatopsico' width='300px' src='https://archive.is/n8Wtc/6651ea7a98823b91b8dc71e27562d2d9aaf303e7.jpg'/></a> <a href="https://www.instagram.com/p/CjqN45CrOwB/" target="_blank"><img title="Nem tudo que foge à norma é um diagnóstico psiquiátrico." alt="Nem tudo que foge à norma é um diagnóstico psiquiátrico.
Ampliar a divulgação sobre diagnósticos psiquiátricos e seus sintomas, principalmente nas redes sociais, nem de longe é democratizar e fazer um debate sério sobre saúde mental.
As redes sociais têm exposto como o que é considerado “normal” tem sido cada vez mais estrangulado.
O que temos visto, em geral, nessas divulgações populares sobre pretensos diagnósticos é uma lógica em que os distúrbios falam pelos indivíduos, ficando eles assujeitados a uma categoria diagnóstica.
Nomear o sofrimento em si não é o problema. O nome pode ajudar a validar socialmente o que se passa, traçar um norte para lidar com aquela problemática...
Entretanto, seria inocência considerar que essa massiva produção sobre diagnósticos contribui beneficamente para pensarmos sobre saúde e sofrimento mental. O que se percebe é muito mais uma banalização de categorias diagnósticas, num contexto em que normas, valores sociais e até mesmo questões de ordem política e social têm sido biologizadas.
Leia a discussão completa nos cards do post.
Referências bibliográficas
Ribeiro, Alexandre Simões et al. Psicopatologia na contemporaneidade: análise comparativa entre o DSM-IV e o DSM-V* * Programa Interno de Incentivo à Pesquisa e à Extensão (Proinpe) da UEMG - Unidade Acadêmica Divinópolis, 2015-2016. Grupo de pesquisa PESC: Plataforma de Estudo e Pesquisa sobre Subjetividade e Contemporaneidade. . Fractal: Revista de Psicologia [online]. 2020, v. 32, n. 1 [Acessado 13 Outubro 2022] , pp. 46-56.
McKinnon, Susan. Genética Neoliberal: uma crítica antropológica da psicologia evolucionista. Ubu Editora, 2021. 224 pp.
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#diagnosticopsiquiatrico #sofrimentomental #sofrimentopsiquico
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- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/OOVTf/cfef7c1997603c23156fed36e21eadbf0428f92a.jpg"/></a> <a href="https://www.instagram.com/p/Coc38PxJs4P/" target="_blank"><img title="Banalização de diagnósticos psiquiátricos não é promoção de saúde mental." alt="Banalização de diagnósticos psiquiátricos não é promoção de saúde mental.
Se saúde mental é um campo permeado por diferentes narrativas que apontam para as disputas políticas que lhes são inerentes, uma breve olhada nas redes sociais é suficiente para entendermos qual ideologia detém os discursos hegemônicos quando se trata do psiquismo humano.
Atualmente, quando se tem falado de saúde mental – sobretudo nas redes sociais – tem se falado de prevenção, identificação, tratamento e cuidados de transtornos mentais.
Essa popularização de diagnósticos pode soar bem-intencionada e visando tanto a informação, como o combate ao estigma do sofrimento psíquico, mas num contexto em que nos identificamos cada vez mais com patologias mentais e buscamos frequentemente especialistas para intervirem nos nossos sentimentos e comportamentos, será mesmo que só de boas intenções vive essa propagação?
Leia a discussão completa nos cards do post.
Sabendo da complexidade do tema e das limitações de um post de Instagram, deixo abaixo indicações de bibliografia para se aprofundar no assunto:
Vladimir Safatle, Nelson da Silva Junior, Christian Dunker. Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
WHITAKER, R. . Anatomia de uma epidemia: pílulas mágicas, drogas psiquiátricas e o aumento assombroso da doença mental. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017.
ALMEIDA, M. R. A formação social dos transtornos do humor. 2018. 415 f. Tese
(Doutorado em Saúde Coletiva) – Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2018.
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- @despatologiza" width="300px" src="https://archive.is/3IU7j/3d91bff175bc2f1094b65429c0c8b1f79074f93b.jpg"/></a>
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